6 de set. de 2008


MINHA PASSAGEM.
(2008).

Às vezes me pergunto de quantas almas sou formada.


São tantos os momentos de transformação

que tenho a impressão de um descontinnum permanente.

Não me percebo finita, acabada, terminada...

De tanto mudar já tenho dúvidas do espírito que habita meu ser.

Embora haja incertezas no que percebo,

o mesmo não procede no que sinto.
Atenta as minhas sensações e emoções,


torno-me a cada dia mais um pouco dos meus sentimentos,
E estes, por sua vez, tornam-se mais de mim mesmo.
Assisto minha passagem.
Momentos ora se negam,
ora se confirmam,
ora se suavizam,
ora se intensificam...
nas lembranças
ora ternas,
ora dolorosas,
ora presentes,
ora distantes
de um tempo que parece perder-se
em quaisquer desses instantes.
A freqüência de suas alternâncias me causam
confusão,
angústia,
ansiedade,
engrandecimento,
encantamento,
surpresa!
Vivo, conheço, reconheço, significo, resignifico e solto.


Acalmo, então, diante do descontinnum permanente.
Meus pensamentos esquecem de refletir sobre os alheios da razão.
Distraída dos segredos minh’alma busca o que oculto está no sentimento.
Compreendo que a importância da minha existência já não requer forma definida
Apenas o que sinto me contém.
Talvez eu seja meramente humana...
querendo ser alguém!
(Pode ser muito interessante as descobertas realizadas, quando nos deixamos levar pelos caminhos que nossa passagem por este mundo nos conduzem!)