11 de out. de 2009

ANOS DE VIDA.

Aos anos de vida: antes de hoje,antes de amanha, quem os sabe?!
Amanha seremos talvez o que nos fez de ontem,
o que nos faz de hoje,
o que nos faremos.
Aos anos de vida,
Um pouco mais, um pouco menos,
Portadores de uma experiencia que fala:
A certeza de algumas marcas no rosto
Algumas dores no corpo
Algumas memorias
Algumas colheitas...
Menos ressentimento, maior compreensão;
Menos timidez, maior abertura;
Menos ocupação, maior disponibilidade;
Menos isolamento, maior integração;
Menos distancia, mais aproximação;
Menos retenção, maior desprendimento;
Menos recuo, mais acolhimento;
Menos omissão, mais compromisso;
Menos inatividade, mais iniciativa;
Menos recriminação, maior tolerancia;
Menos antecipação, mais presença;
Menos arrependimento, mais confiança;
Menos lamento, mais reconhecimento;
Menos acusação, maior responsabilidade.

Graças... aos anos de vida!
que me deram tanto e tudoA partir deles reflito as palavras que penso, declaro, escrevo;os gestos que expresso;
os sons que ouço;os caminhos que curso.
A partir deles percorro dias, noites, tardes
Casas, ruas e cidadesPraias, rios, montanhas e planícies.
Graças... aos anos de vida!
Que fortalecem o coração nas agitações de seu compasso cotidiano
Que ensinam o riso como complemento do pranto
Que confirmam a força diante do fraquejar
Que zelam pela flexibilidade diante a rigidez
Que revelam os mistérios do acreditar.
Que desvendam a existencia de um Ser Superior
na mesma fé que sustenta meus anos de vida.

Assim distinguo:
Sabedorias que levam, quiça, uma vida!
Que ensinam que dores vem...e passam;
Que decepções passamos...e superamos;
Que escolhas temos sempre!
...embora nem todas são as que queremos!

MOMENTOS QUE ENCANTAM.

Banhar-se de chuva no verão.
Sentir o vento no rosto.
Subir em uma arvore e observar o que ficou em baixo.
Comer fruta no pé e cenoura na plantação.
Lambuzar os dedos apos fazer o bolo.
Encontrar aquele filme antigo, em preto e branco, na prateleira da video-locadora.
Comer pizza, batata frita, bolinho de chuva com a mão.
Comer chocolate, tomar sorvete, chupar pirulito.
Fazer bola de chicletes até arrebentar.
Fazer barulho com o canudo no copo.
Fazer bolhas de sabão.
Pular amarelinha, andar de balanço, de gangorra quando não se pensa poder mais faze-lo.
Brincar com seu bicho de estimação.
Ou apenas ficar agarrado ao seu bicho de pelucia favorito.
Escutar aquela musica favorita que não tocava mais.
Encontrar aquele(a) amigo(a) que há muito não vê.
Abraçar alguem de quem gosta.
Ser abraço por alguem, sem algum motivo especifico.
Dar as mãos com alguem que gosta.
Caminhar sem rumo olhando para o céu.
Caminhar acompanhado.
Olhar o nascer e o por do sol.
Receber uma carta, um telefonema, um telegrama, um email inesperado, com uma mensagem agradavel.
Realizar planos.
Apreciar sonhos alcançados.
Dançar sem parar, a qualquer som, a qualquer ritmo.
Rir a ponto de doer a barriga.
Chorar no colo de alguem.
Tomar uma sopa, um chá quentinho preparados por alguem que se preocupa.
Ter alguem fazendo cafune ou massagens nos pés.
Receber flores.
Ouvir palavras de aconchego e incentivo.
Ser reconhecido por suas virtudes e capacidades.
Uma boa conversa.
Um bom vinho (branco ou tinto), uma boa cerveja geladissima, uma caipirinha, um chimarrão bem cevado e fresco, um chá, um cafe.
Lavar o rosto pela manha.
Escovar os dentes e sentir o frescor do creme dental.
Tomar um banho demorado.
Andar de pé no chão.
Receber pessoa(s) para um lanchinho da tarde.
Apreciar o jardim.
Ouvir os sons diversos...carros, conversas, passaros, musicas, vento.
Ouvir o silencio.
Orar/meditar em agradecimento.
Dormir toda a noite na cama macia.
Acordar toda manha sabendo ser possivel viver momentos que encantam.
É como um respiro de ar que se renova a cada segundo.

DIAS COTIDIANOS DA MINHA JANELA II.

Domingo ameno. Típica primavera. O sol brilha, mas com suavidade. A chuva fina da manha deixou um ar de frescor sobre a grama e a cerca viva. O cheiro da hortelã se espalha pelo jardim quando tocada. Gorjeios sem intervalo se misturam numa sinfonia natural. O colorido de penugens encanta o olhar curioso. O vento vem repentinamente nas folhas das arvores quebrando o silencio. Um gato anda sorrateiramente pelo muro do jardim e olha de soslaio para sua proteção. Os carros passam na rua logo acima. Transito calmo para um feriadão. Ao longe se toca musica, conversas e risadas. Palavras soltas são pescadas aqui e ali, dando asas a imaginação para compor o dialogo distante. O sino bate anunciando a reverencia religiosa de todos os domingos. Mostram-se as borboletas e as orquídeas...rosa, branca, amarela. Todo setembro, outubro tem sido assim. Todo tempo tem sido assim...presentes de surpresas que se repetem sem perder a magia de encantar. Encantos somente reconhecidos diante do parar; do silenciar; do ver; do perceber. Mas, especialmente, diante do comover. Comoção conduzida pelo simples ato de se deixar induzir pelo tempo de breves segundos, ou talvez, minutos. Que se transformam em horas enamoradas por uma dimensão indescritível se pensada na razão. Quiçá seja permitido reconhecer e ceder sempre aos momentos que me seduzem agora...sejam estes se fazendo em setembros, outubros, novembros, dezembros, janeiros... domingos, sábados, segundas, terças, quartas...mas se fazendo diante meus sentidos agora e para todo o sempre. Amém.