18 de set. de 2010

MOMENTOS. (2010).

Inicio essa conversa acompanhada de uma taça de vinho tinto. Ao som de Mercedes, Milton, Madredeus. Uma mistura que beira a perfeição. Sábado nublado. Carros, pessoas e cachorros nas ruas; inclusive eu e o meu; passeamos estrada acima hoje. Na rede, daqui a pouco, com um bom livro para “devorar” a imaginação. Agora, descrevo o que me vem, ou o que percebo vir. Hoje tirei o dia para qualquer coisa. Para o que surgir. Para o nada, se assim o for. Tenho tanto o que fazer, mas farei o que o tempo me permitir. A música canta “Gracias a La Vida” e eu reverencio. Canta que “ninguém volta ao que já passou”; de fato, concordo. Meus sentidos estão alertas, sensibilizados, apurados. Qualquer sentido. Às vezes isso acontece, ficam “a flor da pele”. Quero expressá-los. Espalhá-los. Ah! Imagino uma maneira de eternizá-los. Gostaria de perpetuar este momento. Mas não o posso. Inconstância. Impermanência. Transformação. Eles se alternam, se renovam, mas não se repetem. Isso me encanta. Enobrece. Expressa a singularidade do meu vir a ser. Revela características de fragilidade, de sensibilidade que se ocultam no cotidiano prático e metódico. O que me assusta e me excita. Parte de mim quer compartilhar, parte quer preservar camuflado: desejos, vontades, sentimentos, memórias. Finalizo agora para acompanhar a taça ao meu lado...vazia, que se apresenta para ser preenchida com as próximas cenas de um dia que ainda não findou em seu acontecer.

QUANTO AO AMOR...(2010)

Eu não tenho definições ou filosofias para o Amor.
Se o escrevo, se o falo não é porque o saiba,
mas porque ele se realiza em mim mesmo que eu não perceba.
Não amo porque o seja fácil de fazê-lo.
Mas porque disso sou eterna e perpetuamente dependente.
É uma escolha; um ato, uma atitude descaradamente consciente.
Não procuro amar para existir.
Existo para amar porque isso me encoraja a viver; a seguir em frente.
Não dependo exclusivamente de alguém que me ame,
embora precise de alguém/alguéns que o faça.
Dependo, sim, de amar mais e mais alguém e alguéns.

Amo porque me é sagrado a relação com a vida, com o humano;
Embora nem sempre, ou quase sempre, não a declare.

Amo porque isso me encanta,
Mesmo quando as pessoas não o percebem o quanto amo,
Quando expresso e como amo.

Amo sem eira nem beira,
Em curvas e retas,
Em subidas e descidas,
Na chuva, no seco, na terra, no ar, no mar.
Amo com começos e alguns fins.
Embora não o saiba fazê-lo ainda sem condições e expectativas!

Amo porque me satisfaz viver (mesmo que nem sempre me seja agradável).

Quando amo procuro compreender, aproximar, viver, entregar, encontrar;
compartilho, incluo, escuto, silencio; choro, sorrio conjuntamente;
deixo estar e deixo partir (mesmo que doa).
Acredito e confio intensamente.
Tenho fé, indiscutivelmente.
Quando amo RESPEITO!

Quando amo tenho tempo...
Tempo de sobra!