30 de nov. de 2011

QUANTO ENVOLVE UM MINUTO.

Exato instante entre algo mutável e o que quero como permanente;
Exato instante entre o vago do que pode vir a ser e o que acabou sendo;
Exato instante ambicionado de calmaria para os dias agitados;
Exato instante desejado de rebuliço para os dias sossegados.
Exato instante do silencio necessário para as escolhas a fazer;
Exato instante de ação perante as decisões tomadas.
Exato instante que separa sutilmente a diferença entre o significado de um sim e de um não.

Um minuto que nasce em um acaso qualquer
e acaba na mesma duração de tempo,
deixando memorias do inédito.
Que desconhece a proporcionalidade de um único evento.
Que simplesmente transcorre na medida de sua singular e particular trajetória.

Um minuto...
passa e não quer de volta;
Acontece e não cobra o que ocorreu;
Provoca sem esperar seja o que for;
Motiva lagrimas e sorrisos conjuntamente;
Abarca lembranças de ocasiões;
Guarda saudades;
Surpreende, em sua pequena finitude,
com uma realização de diversas sensações.
Alimenta o tempo que sucedeu.
Renova o tempo que chega.
E que incide num contínum infinitum de minutos que se seguem.

Um minuto se compõe no conjunto de seus segundos.
E compõe horas inteiras de dias igualmente inteiros.
Minuto em minuto, quando somados, valem mais que uma fatia de tempo.
Contam a jornada de uma vida toda.

ESTAÇÕES - PRIMAVERA.



Hoje de manhã não abri a janela.
Saí de surpresa a porta que dá para o jardim.
Senti-me liberta para apreciar...
Transformações contínuas perpassam as paisagens do cotidiano.
As quais, nem sempre, estamos perceptíveis.
Iludimo-nos dentro de uma percepção do constante...
do permanente...do estável.

De meses a meses despimos cores, odores, temperaturas, ritmos, nascimentos, mortes.
Renovações que nos são ofertadas como peças singulares de uma produção de série exclusiva.
A hora, ao dia, ao momento mínimo que se deixa acontecer.

Inundou-me uma vontade de mudar minha meteorologia interior na tentativa de acompanhar tamanha inspiração!

Quanto tempo leva para aprender...
que a flor tem vida na semente
que a semente tem vida na terra
que a terra é vida natureza.

Quanto tempo leva para aprender...
que a folha pertence a uma planta
que a planta integra-se a terra
que a terra é vida natureza.

Quanto tempo leva para aprender...
que odores perfumados pertencem aos jardins,
que cores diversas ofuscam prazerosamente o olhar,
que gotículas escorregam divertidamente pelas folhas, troncos, vidros, paredes, etc. refrescando o ar/ terra
que a terra é vida natureza.

Quanto tempo leva para aprender...
que a manutenção da vida está na atitude do que se faz agora





que o fazer de agora está intrínseco ao agir de ontem
que o agir de ontem implica no ato de perceber a vida até seu mais derradeiro momento





[quiçá pertencer este ao amanhã de amanhãs para além!].
que o segredo da chegada está, exatamente, no dia da partida.

Como prenunciado:
todo ano a primavera volta a aparecer
para, alguns dias após, partir.
Sem, contudo, deixar de ocorrer.





Belíssima mensagem nos traz à vida que devemos viver.

MINHA QUARTA-FEIRA.

Minha quarta está assim...
voando por estar enamorada pelas ações que se deixam acontecer:
um cuidado com o cão, um cuidado ao preparo do café, um cuidado com o jardim, um cuidado com as plantas, um cuidado com a casa... vários cuidados.
O sol deixa o dia mais leve. E com certeza, mais luminoso e aquecido. Porém, não muito. Uma temperatura quase que... perfeita.
As cores parecem mais vivas. Os pássaros animados sobrevoam o céu em loucas e livres manobras, contrastando suas cores com o azul celeste.
O leve vento aparece e desaparece, por momentos breves.
Nos instantes posteriores, me deleito com palavras que busco humildemente entender; tornando-as práticas do meu dia-a-dia.
E assim, delineando meu crescimento no caminho de um cuidado com aqueles que comigo se cruzam, convivem, compartilham.
Em outras leituras me perco num mundo de dragões, anões, elfos, cavalheiros, encantamentos.
Que também seduzem minha imaginação.
Minha quarta vai se finalizando.
Ainda há tempo para tantos afazeres, mas eu escolho um: deixar-me adormecer embalada pela doce música e voz de Mercedes Sosa a lembrar-me... gracias a la vida!
Eu me rendo e reverencio! Pois amanhã chegará como chegou esta quarta (2011)