10 de dez. de 2012

MUITAS FORMAS DE AMAR



O cheiro de café expandido pela casa. O pão com manteiga, quentinho sobre a mesa. O travesseiro afofado para despertar sonhos belos e serenos. Um beijo suave a testa para relaxar no adormecer. Deitar juntinho, apenas. Acordar com um abraço sorrindo. Ficar ao lado, em silencio. Estar presente, ausente. Uma receita que não deu certo. A luz que acabou, mas trouxe a penumbra suave das velas. O banho de chuva não planejado. Engatar o dedinho mingo um no outro. O olhar provocador... “assim, meio de lado, já saindo, indo embora...”(RPM...que anos 80! Uau!). Um suspiro aparentemente sem motivo, naquele momento indiscreto. Sorrir o dia inteiro. Gargalhar até a barriga doer e os olhos lacrimejarem. Dividir o ultimo pedaço da pizza. Um cafuné. Uma massagem nos pés. Abraços de intenções e com vontades mil. Abraços sem intenções. Sustentar sonhos, realizar realidades. Ter paciência. Ficar calado. Chorar em sigilo. Orar em nome de alguém, por alguém, por algo. Reclamações do que não está bom, poderia ser melhor...também fazem parte das muitas formas de amar. Descobri...

... o fazer expressa plenamente as formas de amar. Pois o amor não é uma teoria, mas sim uma prática cotidiana. Expressa no gesto mais simples de ...fazer gentilmente!

E A VIDA.



 E a vida vai compensando meus pesares.
Vai equilibrando!
...
Em meio a pedaços que vou tentando encaixar
Encontro coloridos que formam lindos mosaicos.
E aprendo de uma vez por todas que as diferenças, tristezas, quebras...
dores têm seus lugares e razões de ser.

Somos adoráveis teóricos mirabolantes dentro do temporário.
Atores e atrizes ora versáteis, ora medíocres na atuação da vida.
A temporalidade apresenta sua característica de impermanência a medida que nos comparece os anos de vida.
É preciso paciência, tolerância, compaixão, maturidade e muita, muita sabedoria para encararmos nossos mimos,
Nossos limites humanos a ponto de não estranharmos quando eles nos chegam ou são impostos. 
Ou se vão, mesmo sem explicação ou sem que tenhamos, ainda, nos tornado íntimos! 

ENCANTOS DE ARROZAIS











No plantio do arrozal encontro reflexos da vida. A considerar: seu feitio em etapas. Que ao encontro do arado dos terrenos: em cima, embaixo, ao lado, sangra retângulos e quadrados nos descampados. Construção integrada entre corpo do homem e o corpo da natureza! Ora secos, ora molhados. Água. Água em abundância. Inundados por águas tantas misturadas ao suor de dias cultivados. Porções pequenas de um cotidiano rotineiramente produtivo! Um cestim as costas. Um chapéu. Um lenço a proteger a cabeça do sol quente, da chuva fina. Uma calça. Uma outra. Pés de botas ‘sete léguas’ a afundar na terra adentro. A semeadura traça planos, alimenta sonhos. Sustenta vidas.
Da semente pequenina germina um alimento do corpo, do espírito, da natureza. Arroz da várzea...da montanha...do planalto. Habitados por espécimes pequeninas. E frequentado por diversas que se fazem gansos, patos, galinhas, pintos, pássaros. Homens, mulheres, crianças, velhos. As plantas emergem superfície acima e crescem a procura da luz. Para criar ao tempo de colheita um tapete naturalmente fresco. Embeleza ao olhar os campos tomados de tonalidades diversas de verdes. No arrozal o vento sopra leve, sopra forte, sopra frio, sopra quente. Sopra! Presença certa em festas e rituais significando bem-aventura, abastança à vida. Colheita com mãos, colheita com máquinas. Do processo da terra para o processo do homem: secagem, limpeza, separação de grãos, embalagem, transporte de viagens, prateleiras, sacolas, panela, tempero, cozimento. Mesa posta, prato posto. Arroz no prato. Arroz na boca. Arroz de combinações tantas: Arroz com feijão. Arroz com lentilha. Arroz com ovos. Arroz com linguiça. Arroz com batata frita. Arroz com molho. Arroz com ervilha. Arroz carreteiro. Simplesmente arroz. Combinação inúmeras de gostos requintados a caipiras. Pra todo gosto. Pra todo tipo. Pra todo povo.

*Para uma amiga que se encantou com o poético dos arrozais brasileiramente catarinenses.

2 de out. de 2012

O DITAR DOS MESES




Agosto desbotou. Desfolhou...exatamente em uma sexta-feira!
A lua iluminou sua última noite agostina com uma beleza única.
Lá se foram: janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto.
Restarão ainda quatro dos meses a passar para contar-se mais um ano.
Agosto foi assim como qualquer outro agosto.
Ora chuva. Ora sol. Ora vento. Ora brisa. Ora garoa. Ora úmido. Ora seco.
De manhãs ainda noturnas. De dias passados sisudos. De noites mais prolongadas.
O fim de agosto anuncia os estertores do inverno se chegando.

Setembro chegou colorindo.
De amarelos, rosas, vermelhos, brancos jardins baixos e jardins altos.
Gramados verdes e calçadas acinzentadas ganharam mais vida nos nuances das folhas que lhes cobriam.
Os silêncios se quebram dando passagem aos sonoros passaredos. Agora parecendo mais vibrantes.
Atordoam melodiosamente o cotidiano ruidoso da urbanidade. Rsrsrs.
Que dizer então dos avivados sorrisos que se espalham nos mais diversos tons da alegria.
Nas rodas de conversas que retornam as beiras dos bares, botequins, botecos aos fins de tarde e ao adentrar das noites. Doravante, mais estreladas.
Até a lua parece mais brilhante!
Talvez um preparo para se tornar mais insinuante ao adentrar da próxima estação.
O fim de setembro chega ao começo da semana de um novo mês que se configura.

Que outubro se provenha! 
Trazendo o que devera descobriremos ao seu decorrer!
Saudações outubrianas!

IDADES DA VIDA


Acordei me indagando: Quantas idades tem uma vida? Quantas passagens e quantas paradas? Os anos passam? Ou somos nós que passamos por eles? Se os dias que passam de anos têm igual data, qual idade é esta que não se alcança, mas tanto se deseja?Mergulho nas idades como se o fizesse num bolo de camadas múltiplas. Intercaladas entre doces, amargos, cítricos sabores. Encontro tesouros enterrados de séculos. Descubro relíquias. Quantos anos têm em uma vida? Descubro que tanto nos fazem os anos de vida! Tanto fazemos nos anos da vida! Estamos a ser andantes finitos em suas trilhas. Somos teóricos mirabolantes dentro do temporário. Temporalidade com características de impermanência. Usufruímos das idades...dos porquês (a saber: com respostas e sem respostas! Rsrs). Das rebeldias. Das reclamações. Dos achismos. Das razões. Idades felizes. Idades tristes. Idades aturdidas. Idades sonhadoras. Idades aventureiras Idades realizadoras. Idades desmedidas. Idades certinhas. Idades satisfeitas. Idades maduras. Idôneas. Idade para realizar. Idade para desfrutar. Idade para descansar. Para vestirmos todas as cores, todos os estilos; todos os modelitos. Idades para viajar; para ficar; para contemplar. Idades para mudar e para transformar. Ou simplesmente, para permanecer, continuar. Para experimentarmos todas as comidas; todas as bebidas; todos os perfumes. Todos os sabores; todos os ritmos. Para vivermos todos os sentimentos; todas as emoções; frustrações e conquistas. Enfim, tem a idade para deixar de existir! Que ela se chegue quando a ternura dos anos de vida nos chamar para serenar nosso corpo e renovar nosso espirito em direção a outras caminhadas. Fato é que todos passam - idades ou anos. Não cessam de passar, marcando-se pelo incidir do instante que passa. Assim, deduzo: temos idades para todos os tempos...ou será que temos tempo para todas as idades?(ops!) Talvez dependa, isso, de nossa passagem pelos anos da vida! 

21 de jul. de 2012

BRINCADEIRA SÉRIA


Comecei uma brincadeira de tentar nomear o que aparece aos olhos do coração. Descobri que os mesmos se refletem nos ecos da mente. E também enraizados no terreno fértil do espírito. De repente me deparei com uma montanha russa de sensações: ora desce, ora sobe; ora rápida, ora lenta. Ora cabeça para cima. Ora cabeça para baixo. Frio na barriga! Respiração contida! Coração acelerado!
O rosto de frente ao vento conduz à sensação de liberdade!
Rapidamente não me sinto suficientemente adulta para brincar disso. Talvez seja melhor voltar para meus brinquedos de infância: bola de gude, boneca de pano, giz de cera, quadro negro, corda de pular, pião...que gira, gira, gira, até ficar no chão. Amizade, Amor, Carinho, Afeto, Paixão, Compaixão, Respeito, Admiração. Saudade, Tristeza, Magoa, Ressentimento, Raiva, Alegria, Decepção, Frustração. Desejo. Felicidade. Medo. Paciência. Tolerância.
Uffa! Ainda faltam muitos. Mas com esses já posso começar. Preciso arruma-los cuidadosamente nas prateleiras da vida. Nada pode ficar despencando, ou jogado no meio do caminho. Ou esquecido no canto do sofá. Ou enterrado no quintal pelo cachorro. 
A questão é que descobri onde estão todos! Todinhos em um único lugar: brincando dentro de mim! Uns de pica-esconde; outros de pula-pula; estátua; pedra-papel e tesoura; escravos de jó (...tira, bota, deixa ficar...), roda (gira gira gira. Isso me lembra o pião, de novo! Rsrsrsrs). Correm pra lá e pra cá. Pra cima e pra baixo. Riem alto. Cantam. Emitem mensagens de afeições. Gestos de ternura. Escondidinhos, sussurram tramas de alegria. Fazendo a maior bagunça dentro desse meu cotidiano sentimental. Abrem todas as janelas e portas, pedindo passagem a sua expressão única e espontânea.
Essa louca séria brincadeira de sentimentos deixa-me atordoada com multiplicidade de efeitos colaterais que refletem em meu ser: minha barriga dói de tanto rir; meus olhos transbordam de lagrimas; minhas mãos brincam no ar de agitação; meus pés diversificam sua direção na ansiedade de alcançar a magia desta brincadeira. Preciso de alguns segundos para recuperar o folego. Sincronizar o ritmo de significados, que ainda estou conhecendo. Este brincar é, sem duvida, uma brincadeira séria de amadurecer sentimentos! E lá vem novamente a montanha russa de sensações. Desce! Sobe! Rápido! Lento! Cabeça para cima! Cabeça para baixo! ... [Brincadeira Séria].

SAUDADE


Grande ou pequena,
Saudade é saudade!

Uma saudade começa feito uma planta.
Num pequeno pedaço da mente você joga alguns momentos vividos e deixa o tempo agir.
Inicialmente parece não ter algo ali.
Depois de um tempo, a saudade cresce!
Apresenta-se feita de momentos inteiros.
De metades. De retalhos. De mosaicos.
De acasos, ou não.
Acontece num inesperado procurando um acontecer desejado.
Querendo um lugar para onde voltar.
Quando paro para sentir uma saudade;
Quando paro para ouvir uma saudade,
Ela me responde surpreendentemente.
Saudade tem cor! E desbota.
Tem sabor! Gosta e se desgosta!
Tem ritmo! E desafina!
Tem forma! E se deforma!
Tem tamanho! Cresce e diminui!
Tem intensidade! Fortalece e enfraquece!
Tem tempo para acontecer e para durar!
A saudade é feita de dias que se passam,
De presenças que se fazem,
De momentos que acontecem,
De vontades de encontros e reencontros,
De imagens fixas no papel, na mente, no corpo.
De palavras ditas ou não proferidas.
De gestos. De expressões diversas, complexas e simples.
A saudade se instala depois, ou mesmo, antes.
Às vezes, sinto apenas saudade. Sem saber ao certo do que, de quem e por quê.
Mas só de senti-la, pareço mais viva!
Mais agradecida! [SAUDADE]

LUGARES


Lugares são tantos e tão diversos com suas imagens coloridas, ou cores unilaterais; com sons elevados ou de silêncios persistentes que marcam nossas passagens, nossos momentos, nossos estados. Chegam a interferir em nossas ações, pensamentos e sentimentos. Lugares nos remetem a lembranças, a memorias ora agradáveis, engraçadas; ora tristes, desagradáveis. Lugares se fazem longínquos, próximos...em meio ao caminho. Lugares são, por vezes, o caminho. Lugares dizem respeito de pessoas, de fatos. Guardam histórias e contam estórias. Lugares são tantos e tão diversos. São difíceis por decidir; são opções. Lugares são imperturbáveis; fáceis de desmontar. Lugares são distintos ao olhos, a mente, ao coração. Ou, lugares são simplesmente locais de passagens! [Lugares]

1 de mai. de 2012

2 de mar. de 2012

UMA PARTIDA*.

Escolhi meu momento de ausência, não a forma de minha despedida. Meu dia acordou suave, com frescor da brisa da manhã depois de uma torrente ventania. Peguei carona nas asas daquele que voa eternamente, mas foi em harmonia natural que o vento me transportou. O vento me conduziu à transformação da vida; me levou a cruzar caminhos. Agora aprecio a vida, digamos, de um outro ponto de vista. O meu momento finalizou num entardecer avermelhado intenso, mas sereno. Minha despedida momentaneamente eterna se realizou. Que os dias saibam guardar com carinho as lembranças dos que me levam no coração. Em um dia primeiro do mês março de um ano de 2012.

*em homenagem a mãe de um amigo (JJ)

21 de fev. de 2012

DA TRISTEZA.

Dizem que os grandes poetas gostam de escrever a tristeza. No fundo penso que eles simplesmente a deixam fluir da forma que mais lhe parece representativa. Assim como os músicos, os pintores, os escultores, os literatos. Mas, e a gente comum não se entristece? Os motivos são aparentes. Ou transparentes. Por egoísmo próprio ou pela compaixão das dores do mundo. Pode ser provocada por um gesto, por uma palavra, por um acontecimento. Ou simplesmente...por um não acontecimento, uma palavra não dita, por um gesto não existido. A tristeza sempre aparecerá. Muito embora não saibamos do seu momento. Fato é conseguirmos senti-la sem paramentos de sedação. Da época em foco é uma surpresa ainda darmos passagem à tristeza. Dentro de uma agitação cotidiana. Um corre-corre de lá pra cá; de cá pra lá. Há tanta coisa para fazer que resta pouco tempo. Cabe-nos o alento do sentir triste. Neste caso, sentir é um verbo conjugado de forma interna. Que aquece o espírito mesmo que seu sentir seja por uma tristeza. Um profundo retiro de minha dor em mim mesmo. Um entusiasmo contido retratado num silencio intenso. A tristeza, sentimento covardemente expulso do mundo por propagandas coloridas. Sons estupidamente alucinatórios. Sorrisos plastificados. Gestos mecanicamente gélidos. Agitação constante de um não parar para pensar; para sentir. Mas estranhamente no silencio triste da tristeza estende-se um caminho de melhor conversa consigo mesmo àquele que se permite faze-lo. E no construir desse diálogo meio atravessado a tristeza acaba saindo também. Acenando como quem está indo ao longe, sua imagem desfalece no espaço do tempo dando lugar a outro sentimento. Quiçá outra tristeza. Sabe-se lá!

Controversa ou não, triste mesmo é negar-se a sentir.

DA TRISTEZA - parte 2.

Perguntaram-me se eu estava triste ao escrever sobre a tristeza.
Minha resposta veio em forma de outra pergunta:
é preciso estar triste para sentir tristeza?
Posso escrevê-la tristeza por sentir-me motivada!
Por sentir saudades, nostalgia!
Por ter lembranças!
Por sentir-me realizada, satisfeita!
Ou, simplesmente posso escrevê-la tristeza por sentir alegria!
Quaisquer sentimentos...
Seja por senti-los,
Seja por percebê-los em algo ou alguém,
Seja por conscientiza-los em meu próprio existir,
Seja, simplesmente, por escrevê-los na tentativa de uma humilde tradução.
Mas, se aprender a senti-los na intensidade que devem ser...
Ficarei satisfeita.
Pois, assim, posso tê-los sem o demasiado sofrimento.
E seguir sentindo o que me for devido...triste ou não.
Sem me deixar prender pelos apelos do sentir amortecido das épocas de agora.

ENCONTRE-ME PARA QUALQUER COISA

Ei, você aí? É. Bem você mesmo.
Tá fazendo o que? Sei.
Então, presta atenção.
Encontre-me para bebericar algo: vinho, cerveja, caipirinha, chá, café, chocolate, suco.
Um copo d’água refresca bem e serve a qualquer momento.
Encontre-me para uma corrida, um dançar, uma caminhada; um andar descalço.
Perambular por quaisquer caminhos urbanos, rurais, fantasiosos, reais.
Encontre-me para um prosear; uma conversa largada sem eira nem beira; um papo-cabeça.
A associação de palavras pode acontecer a quaisquer instantes.
Encontre-me na esquina, no boteco, no salão de festas, na biblioteca, no ponto de ônibus, na rodoviária, no templo. Nos lugares mais inusitados e inesperados também são aceitos.
Encontre-me para um petisco tostado; um prato refinado; ou o trivial feijão com arroz.
Encontre-me para uma musica erudita; um pagode surrado; uma rancheira marcada; um samba de breque.
Encontre-me para uma comedia displicente; um suspense inteligente; um drama chorado; um romance imortal; um musical.
Encontre-me para observar o que estiver ao alcance dos olhos e brincarmos com as cenas da imaginação.
Sejamos criativos!
Encontre-me amanha e depois. Ou mesmo hoje.
Para rirmos do que passou e divagarmos sobre o que virá.
Encontre-me para silenciar porque esse pode ser o momento exato de ouvir melhor qualquer som.
Encontre-me para qualquer coisa, pois esta será sempre a melhor hora para se fazer nada.
Encontre-me! Venha por qualquer caminho; chegue a qualquer tempo, de qualquer jeito.
Encontre-me simplesmente para qualquer coisa!

LINGUAGEM DO VENTO.

Como brisa ao findar dos dias.
Como ventania no transcorrer das tempestades.
Como murmúrio aos amanheceres.
O vento tem sua linguagem particular.
Uma linguagem integrada ao balançar dos galhos,

ao esvoaçar das folhas;
aos tempos das estações.
Vento que canta, encanta, aterroriza.
Varre meus pesares.
Refresca minhas memorias.
Espalha meus sentimentos.
Reúne meus pensamentos.
Revela-me qual o segredo de sua liberdade!
Ir por lugares diversos,
Passar por tamanhos ínfimos,
Desprender-se por espaços limitados [...]

Talvez tenha que aprender a escuta-lo no sopro diário de sua presença.
Ou ausência!

8 de jan. de 2012

pro ano de 2012

Saudações!
Pro ano que finda e pro ano que começa vai lá um convite adornado do mais colorido festim: achegue-se quem vem no caminho. De passagem, que seja! Pode servir-se. É só levar. É só levar! Sirva-se em abundancia dos regalos que a vida oferta e na medida em que lhe seja suficiente; para que possa o outro também ser servido. E continuar a servir. À entrada: beijinhos, abraços, afagos, sorrisos, olhares, carinhos. Todos quentinhos. Prontinhos para serem consumidos. Servidos a hora do pedido. Como ceia serve-se respeito, compreensão, saúde, paz, amor, paciência, sinceridade, fé, humildade. Todos com acompanhamentos completos: aconchego, confiança, sutileza, bondade, serenidade, tolerância, vontade, aceitação, gratidão. Os temperos estão a disposição e conforme o gosto: delicadeza alegria, paixão, entusiasmo, temperança, perseverança, cortesia, Recomenda-se ainda algumas porções de diversidade de: companhia, acolhimento, amizade, lealdade, sentimentos, emoções, saudades, lagrimas. Para entretenimento dos participantes: movimentos, ritmos, cores, cheiros, aplausos, conquistas, silêncios. Saboreie a harmonia dessas iguarias de uma vida mais chegada aos encontros que ela proporciona. Aproxime pra mais perto. Assim fica melhor e mais fácil para assear quando da chegada dos desavisos do caminho, dos mal-estares e indigestões. Esta ceia pode durar mais que um dia. Mais que uma semana. Mais que uma dezena de semanas. Mais que uns meses. Pode durar pra mais de mim. Pra mais de você. Pois a validade da qualidade desses alimentos não se vence! Seja para este, seja para o ano seguinte. E o seguinte. E o seguinte!
Com minha imensa gratidão a presença de todos nos sustento de meus dias...
FELIZ NATAL E SABOROSO 2012 !