19 de ago. de 2013

QUANDO O TEMPO PODE PASSAR.

Tem dias que gostaríamos que o tempo parasse.
Até mesmo que voltasse almejando preservar algo ou alguém que nos trouxe aconchego;
que nos trouxe paz.
Enfim, preservar a sensação de estarmos plenos e felizes.
Mas, tenho me dado conta que não desejo que o tempo volte. Ou mesmo, que pare.

Então, chamei o Tempo para uma conversa ao pé do ouvido...
Sou-lhe tão grata que me tem chego tão preenchido de surpresas agradáveis!
Quero apenas que continues a passar no compasso que lhe for devido.
No ritmo que for preciso.
Quero apenas que não me faltes com sua ausência, pois preciso que sejas contínuo para que eu alcance a mesma condição de plenitude e felicidade.
Eu preciso que faças sua parte: passe!
Que conduzas as horas compostas por minutos numa gostosa brincadeira de passa-passa; 
que os dias sigam um após o outro; 
que as manhãs acordem e que as noites cheguem para adormecer; 
que as expressões me sirvam ao meu tempo passageiro: ‘logo, daqui uns dias, em breve’ na excelência de seu mais simples significado, mas tão expressivo para mim nesse instante.
que os trajetos dos meus dias se façam diversos para minha distração;
que alimentes minhas intenções no instante de agora com curiosidades;
que me alivie alguns sentimentos, mas intensifique outros.

Já não me importo se, à passagem do tempo, também advém a da minha existência.

Quero apenas e, simplesmente, que siga com os momentos que estão a acontecer.
E nessa brincadeira, Tempo, que você passe a meu favor.

16 de ago. de 2013

O LUGAR DE ONDE EU VIM.

O lugar de onde vim tem encantos simples, gente singela.
Lá os dias passam como em qualquer outro lugar. O sol nasce e se põe, como o movimento de uma gangorra, dando lugar a lua e as estrelas.
As estradas cortam os campos cada vez mais; pontes cobrem os rios; calçadas impõem o traçado ao caminhar do andante; muros crescem.
Todavia, do lugar de onde eu vim...
Ainda é possível apreciar a teimosia das araucárias que se apresentam uma aqui, outra ali.
O orvalho respingado da manhã fortalece a diversidade de estampas verdes que teimam em brotar e espalha a sensação de frescor.
As taipas que insistem em permanecer de pé, mas meio que pendendo para o lado....para frente...para trás...como a ganhar vida para se equilibrar sobre a terra abatida.
O galo canta seu despertar e o despertar de toda a vizinhança há quilômetros de distância.
Grupos de andorinhas sobrevoam centros urbanos em círculos velozes, buscando repouso a sombra dos arranha-céus. Que, por sua vez, ganham o espaço do céu através de andares concretos.
O lugar de onde eu vim tenta sobreviver com a tradição ao lado da tecnologia.
O sanfoneiro chora o arranjo prolongado e dança com dedilhar a sanfona que canta, encanta e estica o som campeiro a audição de quem se dá tempo.
O bate-espora ritmado acompanha o compasso da tradição.
A cuia largada de erva sovada com capricho para o matear de aconchego do dia exala o odor fresco do chimarrão.
A fumaça saideira da chaminé desenha traços até o céu, obedecendo a imaginação do olhar madrugador.
Tudo bem seguido de aromas caseiros que alimentam muito além do corpo... o espirito!

O lugar de eu vim apresenta as mudanças solicitadas pelo passar dos dias.
Porém, em meio a metamorfose algo se sustenta...lá, sempre será o lugar de onde eu vim!


MINHAS VÁRIAS SAUDADES DE AGORA.

Outro dia respondendo a uma mensagem me veio à mente este texto.
Tenho uma montanha de saudades! Uma coleção delas!
Tenho saudades tantas que, às vezes, tenho saudade até mesmo de não ter saudade! rsrsrs.
Tenho saudade de situações simples como atender ao telefone e falar sobre um assunto qualquer.
Tenho saudade de ficar deitada na rede da minha casa só ouvindo o barulho do vento; ou vendo a chuva pela janela.
Tenho saudade daquele encontro inesperado no supermercado ou no banco, ou na rua mesmo.
Tenho saudade daquela conversa de corredor rapidinho só para saber como está a vida.
De filmes que já assisti; de lugares que já conheci; de momentos que já passei; de objetos que já tive. Isso mesmo, uma foto, um livro, um brinco, um disco/CD, uma roupa!
Pode parecer tolo, mas saudade é um sentimento.
E sentimentos não são tolos. São para serem sentidos!
Depois eles passam... esse é o ciclo espontâneo...se o acompanhamos, ele se realiza serenamente!
Mas o que mais tenho hoje, especialmente, são saudades que têm nomes!
Cada saudade tem um nome e algo que me lembra desse nome.
Então me vem a saudade...
De brincadeiras divertidas, debochadas, mas muito bem humoradas!
De comportamentos agitados e reclamações infundadas e continuas!
Do chamado imediato e necessário!
De conselhos experientes!
De atitudes de surpresa!
De gestos carinhosos!
De atenções cuidadosas!
De palavras de incentivo e afetividade!
De gestos corriqueiros e cotidianos, tipo café com leite.
De cheiros, de cores, de ruídos, de toques físicos.
Ah...mas o que mais tenho saudade mesmo são:
De sorrisos amplos e sinceros!
De abraços intensos!
De presenças incontestáveis e insubstituíveis!

Ah, saudade...ainda bem que temos essa capacidade de sentir!

TRADUÇÕES COTIDIANAS II.

Os dias se alteram entre sensações de horas recentes até meses já passados.
cada momento e todos se constroem na intensidade de ações, movimentos, sentimentos...
e do silêncio.
O pouco vivido muito e o muito do que já foi vivido, em pouco.
A distância originando proximidades;
confirmando intimidades;
descobrindo afinidades.
a proximidade com descobertas
definindo escolhas para um caminho do porvir.

Um mês.
Realizando o sonho de ontem,
Manifestando a vontade de agora,
Transformando os desejos do amanhã (pelo menos, por hoje).