27 de dez. de 2016

Para momentos de reflexão de um 2016...2017

Geralmente minhas reflexões são breves, mas vou me fazer diferente neste momento. 
Com a permissão de um dos grandes lideres desses dias atuais, Dalai Lama, utilizarei das suas palavras para transmitir as minhas intenções a todos...

As gentilezas, as solidariedades, os altruísmos, os desejos de bem-querer e de paz, saúde e amor que surgem intensamente nesta época natalina e de findar de um ano não são apenas atitudes de um momento. Se elas se manifestam é porque elas estão presentes no existir humano e fazem parte da convivência de nossas vidas, diariamente. Podemos, então, observar como nos sentimentos tão bem recebendo gestos de afeto e expressões de bem-querer; como nosso espírito, nossas mente e, mesmo o corpo, respondem tão espontaneamente a essas expressões: a expressão de um olhar surpreso, um sorriso breve (que seja), um corar da face diante de um ‘te amo’ tímido, um leve aperto de mão, um abraço acanhado, um desejo simples manifesto numa frase breve: Feliz Natal. 
Isso significa que “assim como eu desejo a felicidade e desejo evitar o sofrimento, o mesmo se aplica a todos os outros seres vivos. A natureza de nossa existência é tal que dependemos da cooperação e da gentileza dos outros para nossa sobrevivência, independente do meu e do seu nível de desenvolvimento pessoal e do seu caminho espiritual. Cultivar esse entendimento e praticar esse reconhecimento significa desenvolver uma atitude que lhe permita considerar outros seres como preciosos” (Dalai Lama, 2002). É o fato de nossa existência como seres interdependentes uns dos outros. Queiramos ou não...é fato!

“...Onde quer que eu vá, com quem quer que esteja (...) e do fundo do meu coração possa eu considerá-los sumamente preciosos” (in: Dalai Lama, 2002)
Sendo isso, estendo meus sentimentos de carinho e gratidão para com todos, bem como o reconhecimento de suas preciosas presenças no decorrer dos meus dias.
Que vocês fiquem bem e estejam alegres, em paz e felizes...
A imagem pode conter: planta, flor e natureza

9 de abr. de 2016

Toda alma precisa de uma varanda.

Outro dia, lendo a passagem de um livro me deixei levar por lembranças...
da varanda.
Estreita, retangular, não muito cumprida. Uma das laterais dava acesso a cozinha da casa; a outra tinha um cercado branco com uma pequena abertura por onde se acessavam degraus de cimento que, por sua vez, iam dar na garagem. Uma das pontas descia para o jardim da frente da casa, em apenas dois degraus. A outra dava para  para o fundo do terreno, uns cinco, seis degraus: um gramado enorme que levava ao galinheiro e também a uma lavoura que, dependendo da época do ano, se recheava de abóboras, morangos, pepinos, pimentas, vagens, feijões, tomates e milhos e por aí vai. O piso dessa varanda era de um vermelho escuro que brilhava quando encerado. Adorava ficar na varanda seja brincando, seja sentada, deitada, em pé. Às vezes, ficava sentada nos degraus olhando o movimento da rua, ouvindo os adultos conversar aos fins das tardes ou vendo meus pais e bisavó arrumarem o jardim. Às vezes sentava nos degraus dos fundos para ver a plantação...ou os vizinhos do fundo. As varandas continuaram presentes em minha vida. 

Já estive em uma varanda com janelão enorme que surgiu depois da sala de estar. Além da brisa ao findar da tarde, o que me encantava era a luz do sol pela manhã e as plantas, pássaros e borboletas que moravam por lá: trepadeiras, beijinhos, violetas coloridas, temperos (salvia, alecrim, cebolinha, entre outros que se revezam pela época do ano). Todos comungavam do mesmo espaço, do mesmo vento, da mesma luz...chuva...sol durante manhãs, tardes e noites. 

Uma vez estive numa varanda movimentada. Aliás, movimentadíssima! Noites, tardes e manhãs de sons: carros, conversas, buzinas, raramente cessavam...raramente a janela que lhe dava acesso permanecia aberta. Todavia, por momentos se estendia um tapete acompanhado de duas ou três almofadas e o céu estrelado e enluarado se tornava meu teto, especialmente nas noites de verão!

Às vezes, espio por uma varanda pequenina e estreita os desenhos que as pedras fazem no mar, ouço o barulho do vento e da chuva nas árvores no jardim e guardo sensações que ali, ali sempre terei mais que um lugar... terei aconchego!

Em alguns poucos momentos tenho estado em uma varanda cumprida, estreira, clara; metade que escondida por detrás de uns arbustos; presenteada com sons de seres caseiros e bagunceiros (rsrsrs) e leves e sonoros sinos dos ventos. Outrora muitas e muitas conversas por tempo que já se foi aconteceram costuradas por ali. Brindes foram feitos. Risadas foram dadas. 

Outra varanda que ainda frequento vem depois de uma porta marron, de madeira antiga; dá vista para Pracinha dos Bandeirantes, às vezes com pombas, às vezes sem pombas. Também tem piso vermelho! Tem duas cadeiras brancas e o vento do fim da tarde é brisa que refresca o olhar. Uma varanda simples que fica no primeiro andar de das casas mais antigas da Pracinha. Eu já elevei meus olhos muitas vezes da Pracinha em direção a esta varanda apenas para ter certeza que alguém me cuidava! Nesta varanda tenho afetos e conversas com meus avós e demais familiares!


Cheguei a uma conclusão: 

Toda alma precisa de uma varanda!

Outono de 2016 (Março)


3 de jan. de 2016

Para 2016

Acordei esta manhã com vontade de acompanhar o dia, que jamais voltará. 
Cada ano é um capítulo escrito no livro da vida. 
Cada dia vivido é um depósito valioso na poupança da vida. 
Nas linhas da vida...cada passo marca caminhos longos, curtos, compartilhados, solitários. 
Cada gesto abre...fecha aberturas pequenas, grandes. 
Cada sorriso ilumina focos de momentos da vida. 
Cada lágrima umedece pontas do tecido da vida. 
Cada palavra projeta significados diversos no universo próximo....distante. 
Cada pedido reflete vontades reais, possíveis, utópicas.
Cada sentimento traduz experiencias, desejos, emoções e...mais sentimentos.
Cada prece conduz intenções que se expandem...
Que os dias de 2016 nos sejam parceiros, compartilhados, leves, intensos, sinceros, sábios e gratos para alcançarmos a serenidade e felicidade que almejamos...
Que todos sejam abençoados em 2016!

REABASTECENDO EM MEMÓRIAS.

Existem memórias que são abundantes fontes afetivas para abastecer o Espírito. Rememorá-las é como caminhar descalço na areia da praia num começo de manhã vendo o nascer do sol com gentileza. 
Como andar pela floresta sentindo o frescor daquele ventinho que se choca contra sua pele suavemente. 
Como o cheiro do café recém coado e do bolo ainda quentinho saindo do forno. É como se balançar na rede da varanda numa tarde preguiçosamente deliciosa. 
É um cafuné gostoso que a vida lhe oferece acompanhado de um colo que embala.
Rememorar alegrias. Nostalgias. Mimos. Fatos diversos da vida. 
Seja quando estamos repletos de alegria, sucesso, saúde, felicidade; ou seja, quando estamos cabisbaixos, tristes, cansados, aborrecidos, desacreditados.Podemos escolher uma delas para nos regar com a energia agradável, com o sentimento reconfortante, com a emoção motivadora de que é a vida é feita. Ver de novo. Sentir de novo. Alimentar o coração, o corpo, a mente e o espírito. É um combustível para reabastecer nosso tanque de sabedoria.É uma maneira afetiva de revigorar a energia do momento que nos faz agora.[Outubro, 2015]