30 de abr. de 2014

OUTONOS.

As estações apresentam encantos que me encantam
de tanto a tanto, em sua aparição.
A primeira é a primavera,
Pintando aquarelas, espalhando odores, provocando namoros.
A segunda é o outono.
O outono é uma estação de imprevistos preditos.
Com cores a se transmutar: verde em amarelo em marrom.
Vermelho em arroxeado em marrom.
Azul em cinza em negro.
Branco em cinza em negro.
É nele que a árvore se desnuda;
que folha amarelada dispensa o galho numa queda suave;
que o orvalho esfria a grama;
que a névoa coroa a montanha e acoberta o rio;
que aconchega a fumaça do café matinal com a manteiga a derreter
sobre o pãozinho recém-saído do forno;
que o vento chega de mansinho e vai crescendo na sensação de desprender o que está apegado.(Isso me faz recordar que também preciso ventar, ou seja, desapegar).

O outono tem outro ritmo.
O que se abre aparenta interiorizado;
o que emerge o faz  v a g a r o s a m e n t e;
apresenta uma meia luz de dia inteiro!
Até o tempo parece preguiçosamente despertar em respeito ao acalento outonal que está presente. 

No ciclo eterno das estações mutáveis
o outono se faz acontecendo, assim, meio que à espreita,
em suspeita de algo que sempre pode ocorrer.


Eu também...