As
estações apresentam encantos que me encantam
de
tanto a tanto, em sua aparição.
A
primeira é a primavera,
Pintando
aquarelas, espalhando odores, provocando namoros.
A
segunda é o outono.
O
outono é uma estação de imprevistos preditos.
Com
cores a se transmutar: verde em amarelo em marrom.
Vermelho
em arroxeado em marrom.
Azul
em cinza em negro.
Branco
em cinza em negro.
É
nele que a árvore se desnuda;
que
folha amarelada dispensa o galho numa queda suave;
que
o orvalho esfria a grama;
que
a névoa coroa a montanha e acoberta o rio;
que
aconchega a fumaça do café matinal com a manteiga a derreter
sobre
o pãozinho recém-saído do forno;
que
o vento chega de mansinho e vai crescendo na sensação de desprender o que está
apegado.(Isso me faz recordar que também preciso ventar, ou seja, desapegar).
O
outono tem outro ritmo.
O
que se abre aparenta interiorizado;
o
que emerge o faz v a g a r o s a m e n t
e;
apresenta
uma meia luz de dia inteiro!
Até
o tempo parece preguiçosamente despertar em respeito ao acalento outonal que está presente.
No ciclo eterno das estações mutáveis
o outono se faz
acontecendo, assim, meio que à espreita,
em
suspeita de algo que sempre pode ocorrer.
Eu
também...