30 de nov. de 2011

ESTAÇÕES - PRIMAVERA.



Hoje de manhã não abri a janela.
Saí de surpresa a porta que dá para o jardim.
Senti-me liberta para apreciar...
Transformações contínuas perpassam as paisagens do cotidiano.
As quais, nem sempre, estamos perceptíveis.
Iludimo-nos dentro de uma percepção do constante...
do permanente...do estável.

De meses a meses despimos cores, odores, temperaturas, ritmos, nascimentos, mortes.
Renovações que nos são ofertadas como peças singulares de uma produção de série exclusiva.
A hora, ao dia, ao momento mínimo que se deixa acontecer.

Inundou-me uma vontade de mudar minha meteorologia interior na tentativa de acompanhar tamanha inspiração!

Quanto tempo leva para aprender...
que a flor tem vida na semente
que a semente tem vida na terra
que a terra é vida natureza.

Quanto tempo leva para aprender...
que a folha pertence a uma planta
que a planta integra-se a terra
que a terra é vida natureza.

Quanto tempo leva para aprender...
que odores perfumados pertencem aos jardins,
que cores diversas ofuscam prazerosamente o olhar,
que gotículas escorregam divertidamente pelas folhas, troncos, vidros, paredes, etc. refrescando o ar/ terra
que a terra é vida natureza.

Quanto tempo leva para aprender...
que a manutenção da vida está na atitude do que se faz agora





que o fazer de agora está intrínseco ao agir de ontem
que o agir de ontem implica no ato de perceber a vida até seu mais derradeiro momento





[quiçá pertencer este ao amanhã de amanhãs para além!].
que o segredo da chegada está, exatamente, no dia da partida.

Como prenunciado:
todo ano a primavera volta a aparecer
para, alguns dias após, partir.
Sem, contudo, deixar de ocorrer.





Belíssima mensagem nos traz à vida que devemos viver.

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