10 de abr. de 2011

PROSEANDO COM O TEMPO.

Bati a porta do Tempo e com licença adentrei. O tempo me convidou pra prosea. são dessas prosas confortáveis e desconfortáveis. dessas que preparam para a vida. uma composição de ruídos e silêncios pausados no aguardo de um contra-argumento. de respostas. de questionamentos. de elogios. de críticas. de simples reflexão. trata-se de um desses conversê que foge mesmo a medida do próprio anfitrião - o Tempo - por se faze em narrativas por ademais envolventes. essa prosa me surpreende. não poderia ter pensado ou imaginado ou fantasiado que fosse, o quanto se faz sabedoria nesse prosea. prosea assim, meio que desligado de uma presença de fato, que se recusa a um corpo fisico. é de uma experiência particularmente única. é como provocar um eco dos próprios pensamentos. das próprias vivências. reverberações de sentidos e de sentimentos. e, às prosas, se falam de tudo...o que aconteceu: do nascimento. das traquinagens da infância. das rebeldias da adolescência. de tudo o que acontece: das escolhas e responsabilidades da maturidade. do conhecimento transformado em vida. das emoções e sentimentos existidos. dos momentos solitários. dos momentos compartilhados. de tudo o que está por acontecer: ... e ainda não aconteceu. a prosa tá mais de boa e há de se prolonga até o dia clarea. é preciso cadencia o ritmo e espaça o conversê pra dá lugar pro descanso merecido. que novas e outras prosa havera de se chega.

9 de abr. de 2011

PEDACINHOS DE VIDA.

Tempo cronológico, definido em horas composto por minutos reduzido a segundos. Um tempo determinado pelo antes e pelo depois, de começos e de fins. Tempo de memórias, contado por projeções de imagens ilusórias...reais... evocado ante uma saudade. uma nostalgia. um desejo. um bem-querer. Um tempo de antepassados, de perspectivas futuras e, muito especialmente, de agoras. Tempo de palavras, marcado por símbolos lançados ao espaço aberto ecoando significados tantos para mim. para você. para outros. para tantos. Tempo de expressões, desenhado por gestos e atitudes cuja permanência se sustenta na percepção de quem recebe. de quem dá. de quem presencia. Tempo de sentidos apurados. escondidos. camuflados. direcionados. perdidos. misturados. confusos. libertos. Tempo de sentimentos obscuros. ocultos. ignorados. submissos. impostos. desconhecidos. reconhecidos. intensamente vividos! Tempo de sons. de odores. de climas. de passagens. de lugares. de narrativas inventadas. de narrativas legítimadas. Tempo que se escreve em marcas que não pedem licença para ficar; que contam, muito particularmente, histórias de tantas, muitas pessoas que vivem a seu tempo.

SAUDADES DO MEU TEMPO.

Constantes mudanças guardam o que não se deixa perder nas retinas cansadas...registros de outrora.

abre-se um baú de inocentes memórias. Cenas simples.

Personagens eternos. Gostos. Ccheiros. Sensações.

Estrelas que compõe com o céu enluarado o traçado dos caminhantes noturnos.

Nuvens que se moldam sobre a imaginação do olhar. Brincadeira de criança!

Árvores que sobem em tamanho crescente.

Riachos que abrem passagens em curvas e retas no traçado das águas.

Varanda povoada por conversas cotidianas de dias passados mais tranquilos.

Presenças enraizadas através de fatos. De palavras. De sentimentos.

E, sobretudo, de gestos.

Saudades do meu tempo!

Pés descalços. Sorriso aberto. Banho de mangueira no jardim.

Cenoura do quintal. Ovo do galinheiro. Caixa de areia. Poça de lama...

Saudades do meu tempo!

Balanço de corda. Pipa no telhado. Trave de pedras. Bola na rua.

Esconde-esconde. Bola de gude. Geladinho. Casinha na árvore.

Boneca de pano. Pião girando na palma da mão...na calçada...na rua [risos].

Saudades do meu tempo!

Benções pedidas. Canções de ninar. Beijos na testa. Sanduíches de mortadela.

Pão com geléia. Broa de polvilho. Soninho da tarde.

Almoço em familia: pais, filhos, avós, tios, primos, amigos...

Saudades do meu tempo!

Nostalgia que bastece o espírito para meus tempos de agoras e de amanhãs.