24 de jun. de 2011

MINHA ESCRITA.

Minha escrita me delata numa mistura de letras, frases, parágrafos inteiros. Aqui, todos os meus silêncios. Os meus cantos. Os meus sentidos. Todas as minhas emoções. Os meus sentimentos. Todas minhas verdades absolutas relativizadas. Minhas mentiras ocultas. Não explícitas. Minha fisiologia retratada na forma que se desenha o texto de então. De outrora. Por ainda completar-se. Faço-me num fluxo de misturas semânticas que se largam ao sabor de combinações tantas. Vagando aos significados de outras percepções. Não que percam seus significados reais aos meus mais íntimos. Pelo contrário. Na condição despojada de meus mais particulares ditos, acrescenta-se o de outras grandezas. Tornando mais excelentes meus traduzidos. Enriqueço na diversidade das interpretações. Sem a pretensa ousadia de uma sintaxe perfeita, me resguardo por traz de vocábulos infinitamente seculares. Não escrevo por determinações. Por decretos. Por trabalho. Escrevo-me por sentidos. Primeiro o de uma contínua necessidade de escutar a mim mesma. Segundo, o de num constante agradecer aos que me escutam comigo mesma. Compartilhando de minhas reflexões. De minhas sensações. De minhas repetições. Como é difícil não me repetir. Identifico, mas, de certa forma, ainda não sei o parar desse meu agora cotidiano. É uma escrita que ressurgiu para passar ao cotidiano. Meio rustica. Meio envergonhada. Meio atropelada das letras e dos pontos; dos inicios e dos fins. Meio repetitiva. Meio delirante. Meio verdade. Meio fantasia. Meio sentimento. Meio reflexiva. E como já ouvi, meio confessional. Aqui estou me dizendo. Colhendo diferentes de mim. Diferentes maturidades. Diferentes combinações. Diferentes vivências. Para que novamente me faça em escritas quaisquer. Minha escrita é sentimental. Um templo de gentes, sensações, emoções e sentimentos, lembranças, de agoras, de amanhas. Uma escrita que se faz ainda quando o acontecido não se completa. Uma escrita de pedaços. De frações. Às vezes, de inteiros. De um dia. De uma semana. De um mês. De uns anos. Quiçá, por toda uma vida...de uma vida toda.

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