O lugar de onde vim
tem encantos simples, gente singela.
Lá os dias passam
como em qualquer outro lugar. O sol nasce e se põe, como o movimento de uma
gangorra, dando lugar a lua e as estrelas.
As estradas cortam
os campos cada vez mais; pontes cobrem os rios; calçadas impõem o traçado ao
caminhar do andante; muros crescem.
Todavia, do lugar
de onde eu vim...
Ainda é possível
apreciar a teimosia das araucárias que se apresentam uma aqui, outra ali.
O orvalho
respingado da manhã fortalece a diversidade de estampas verdes que teimam em
brotar e espalha a sensação de frescor.
As taipas que
insistem em permanecer de pé, mas meio que pendendo para o lado....para
frente...para trás...como a ganhar vida para se equilibrar sobre a terra
abatida.
O galo canta seu despertar
e o despertar de toda a vizinhança há quilômetros de distância.
Grupos de
andorinhas sobrevoam centros urbanos em círculos velozes, buscando repouso a
sombra dos arranha-céus. Que, por sua vez, ganham o espaço do céu através de
andares concretos.
O lugar de onde eu
vim tenta sobreviver com a tradição ao lado da tecnologia.
O sanfoneiro chora
o arranjo prolongado e dança com dedilhar a sanfona que canta, encanta e estica
o som campeiro a audição de quem se dá tempo.
O bate-espora
ritmado acompanha o compasso da tradição.
A cuia largada de
erva sovada com capricho para o matear de aconchego do dia exala o odor fresco
do chimarrão.
A fumaça saideira
da chaminé desenha traços até o céu, obedecendo a imaginação do olhar
madrugador.
Tudo bem seguido de
aromas caseiros que alimentam muito além do corpo... o espirito!
O lugar de eu vim
apresenta as mudanças solicitadas pelo passar dos dias.
Porém, em meio a
metamorfose algo se sustenta...lá, sempre será o lugar de onde eu vim!
Um comentário:
Alguém está "homesick"....porque será?....
Muito lindo! Lages ficaria orgulhosa de ouvir a opinião da filha que se encontra tão longe!
Saudades!
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