16 de ago. de 2013

O LUGAR DE ONDE EU VIM.

O lugar de onde vim tem encantos simples, gente singela.
Lá os dias passam como em qualquer outro lugar. O sol nasce e se põe, como o movimento de uma gangorra, dando lugar a lua e as estrelas.
As estradas cortam os campos cada vez mais; pontes cobrem os rios; calçadas impõem o traçado ao caminhar do andante; muros crescem.
Todavia, do lugar de onde eu vim...
Ainda é possível apreciar a teimosia das araucárias que se apresentam uma aqui, outra ali.
O orvalho respingado da manhã fortalece a diversidade de estampas verdes que teimam em brotar e espalha a sensação de frescor.
As taipas que insistem em permanecer de pé, mas meio que pendendo para o lado....para frente...para trás...como a ganhar vida para se equilibrar sobre a terra abatida.
O galo canta seu despertar e o despertar de toda a vizinhança há quilômetros de distância.
Grupos de andorinhas sobrevoam centros urbanos em círculos velozes, buscando repouso a sombra dos arranha-céus. Que, por sua vez, ganham o espaço do céu através de andares concretos.
O lugar de onde eu vim tenta sobreviver com a tradição ao lado da tecnologia.
O sanfoneiro chora o arranjo prolongado e dança com dedilhar a sanfona que canta, encanta e estica o som campeiro a audição de quem se dá tempo.
O bate-espora ritmado acompanha o compasso da tradição.
A cuia largada de erva sovada com capricho para o matear de aconchego do dia exala o odor fresco do chimarrão.
A fumaça saideira da chaminé desenha traços até o céu, obedecendo a imaginação do olhar madrugador.
Tudo bem seguido de aromas caseiros que alimentam muito além do corpo... o espirito!

O lugar de eu vim apresenta as mudanças solicitadas pelo passar dos dias.
Porém, em meio a metamorfose algo se sustenta...lá, sempre será o lugar de onde eu vim!


Um comentário:

Fe disse...

Alguém está "homesick"....porque será?....

Muito lindo! Lages ficaria orgulhosa de ouvir a opinião da filha que se encontra tão longe!

Saudades!