Abençoadas sejam as surpresas do caminho.
Surpresas que se mostram, a qualquer hora, sem aviso
prévio ou mesmo, aquelas que se demoram a aparecer...
Abençoadas sejam as afeições compartilhadas. Um
punhado aqui de carinho, um punhado ali de afeto, alguns abraços, muitos
sorrisos, um olhar confiante, uma simples presença silenciosa.
Abençoada a compreensão que prospera quando os
olhos que veem são da bondade.
Abençoados sejam os encantos que inebriam o
espírito. Os momentos felizes que passam longe das plateias
de expectadores curiosos. Os improvisos que desmancham os roteiros arrumadinho da
gente. Os diálogos que acontecem no idioma dos gestos, dos olhares, das
palavras, dos toques.
Abençoada seja a gentileza que desloca a
escassez de delicadeza, a rigidez, o pesado e sintoniza com a estação da leveza,
da amabilidade. Que nos revela não ser tão complicado assim saborear a graça
possível que mora em cada instante.
Abençoadas sejam as dádivas generosas que vêm
nos lembrar de que viver pode ser mais simples. Como o florescer das plantas,
como o nascer dos astros no firmamento, como o passar das nuvens e o vai-e-vem
das ondas. Ou mesmo andar descalço, banhar-se em rio, comer goiaba da goiabeira,
colher laranja, seguir formigas, espreguiçar na rede, adormecer na areia, tomar
água do regato...
Abençoados sejam lugares de descanso para os
nossos cansaços, os lugares de afrouxamento para os nossos apertos. Também
como, os apertos (abraços e colos) que nos dão conforto.
Abençoada a realidade que dá pra mudar o foco. Mudar
as atitudes. Mudar o pensamento. Mudar o sentimento. Mudar a idéia. Certezas
estáticas são utopias
E as utopias nos afastam da realidade.
Abençoadas sejam as transformações que nos
surpreendem, que tantas vezes nos salvam de nós mesmos.
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